HOLY FVCK

Provocação e autodefinição em “HOLY FVCK” de Demi Lovato

A música “HOLY FVCK”, de Demi Lovato, confronta de forma direta os limites entre o sagrado e o profano, usando referências religiosas para discutir sexualidade e identidade. No verso “I'm the fruit that was forbidden / But don't keep my evil hidden” (“Eu sou o fruto que era proibido / Mas não esconda meu lado mau”), Lovato faz alusão à história bíblica do fruto proibido, mas inverte o sentido tradicional ao reivindicar autonomia sobre seus desejos. Ao se autodenominar “holy fuck”, a artista transforma uma expressão vulgar em uma declaração de identidade, misturando irreverência e espiritualidade, como ela mesma explicou em entrevistas sobre a música.

A letra também explora a dualidade entre ser “anjo” e “demônio”, mostrando que Lovato aceita tanto seus lados positivos quanto negativos, recusando rótulos simplistas. O trecho “my body's the communion / Take a bite of what I'm doing” (“meu corpo é a comunhão / Prove do que estou fazendo”) reforça a fusão entre o religioso e o sexual, usando a metáfora da comunhão para falar de entrega e prazer, ao mesmo tempo em que desafia tabus. Com um tom ousado e confiante, aliado à sonoridade rock, a música marca uma fase em que Lovato assume sua complexidade e convida o público a questionar normas sociais e religiosas sobre moralidade, desejo e poder pessoal.