Everything Counts

Crítica à ganância corporativa em “Everything Counts”

“Everything Counts”, do Depeche Mode, faz uma crítica direta à ganância corporativa, especialmente evidente no verso repetido: “The grabbing hands grab all they can / All for themselves after all” (“As mãos gananciosas pegam tudo o que podem / Tudo para si mesmas, afinal”). A música foi lançada no contexto da Grã-Bretanha dos anos 1980, período marcado por políticas neoliberais e aumento das desigualdades sociais, o que reforça o tom de denúncia presente na letra.

O Depeche Mode usa a imagem das “mãos gananciosas” para mostrar como empresas e pessoas no mundo dos negócios buscam maximizar lucros e vantagens pessoais, sem se preocupar com consequências éticas ou coletivas. A letra também critica a superficialidade e manipulação desse ambiente competitivo, como em “Confidence taken in by a suntan and a grin” (“Confiança conquistada por um bronzeado e um sorriso”), sugerindo que aparências e carisma são usados para enganar e conquistar confiança. O trecho “The handshake seals the contract / From the contract there’s no turning back” (“O aperto de mão sela o contrato / Do contrato não há como voltar atrás”) destaca a rigidez dos acordos empresariais, enquanto “The graph on the wall tells the story of it all” (“O gráfico na parede conta toda a história”) aponta para a obsessão por resultados e números. O refrão “Everything counts in large amounts” (“Tudo conta em grandes quantidades”) resume a ideia de que, nesse sistema, o valor está sempre ligado ao acúmulo, não à integridade. O videoclipe, filmado em Berlim Ocidental e repleto de imagens industriais, reforça visualmente essa crítica à desumanização e à lógica fria do capitalismo.