Ghosts Again

Reflexão sobre perda e memória em “Ghosts Again”

“Ghosts Again”, do Depeche Mode, ganha um significado ainda mais profundo diante da morte de Andy Fletcher, cofundador da banda, pouco antes do lançamento da música. A letra aborda de forma direta a transitoriedade da vida, com versos como “Time is fleeting” (O tempo é passageiro) e “Everybody says goodbye” (Todos dizem adeus), ressaltando que tudo é temporário e que, no fim, todos se tornam “fantasmas” – uma metáfora para a ausência, a memória e a mortalidade. A frase “we’ll be ghosts again” (seremos fantasmas novamente) sugere um ciclo contínuo de despedidas e reencontros, marcando a existência humana por perdas e lembranças.

O videoclipe reforça esse tema ao fazer referência ao filme “O Sétimo Selo”, mostrando os integrantes jogando xadrez em um telhado, simbolizando a luta do homem contra a morte. Outros trechos, como “Faith is sleeping” (A fé está adormecida) e “Lovers in the end” (Amantes no final), transmitem resignação diante do fim, mas também destacam a beleza dos momentos efêmeros, como em “Sundays shining” (Domingos brilhando) e “Silver linings” (Lados positivos). O equilíbrio entre melancolia e leveza, ressaltado por Dave Gahan, aparece na forma como a música reconhece a tristeza da perda, mas também celebra a memória e a continuidade, tornando “Ghosts Again” um tributo sensível à fragilidade e à beleza da vida.