4 da Manhã

Solidão e saudade em "4 da Manhã" de Devinho Novaes

"4 da Manhã", de Devinho Novaes, retrata de forma clara o sofrimento de quem tenta superar o fim de um relacionamento, mas acaba se afundando ainda mais na saudade. A música mostra o narrador recorrendo ao álcool para tentar esquecer a ex-parceira, mas cada dose só aumenta a dor, como fica evidente no trecho: “Pensando em você já bebi uma, duas, três...”. O horário citado no título, quatro da manhã, reforça o sentimento de solidão, já que é um momento em que a maioria das pessoas está dormindo, acentuando o isolamento emocional do personagem.

A letra também expõe o ciclo de autossabotagem e descontrole emocional, como quando o narrador admite: “quebrei meu celular, não deu pra controlar”. O rádio tocando “nosso modão” serve como gatilho para as lembranças, mostrando como detalhes do cotidiano podem reacender sentimentos intensos. O tom de desabafo e sinceridade, característico do arrocha, aproxima a música do público que já passou por situações parecidas de saudade e arrependimento. Assim, Devinho Novaes transforma uma experiência pessoal dolorosa em uma narrativa com a qual muitos se identificam, misturando o desejo de reconciliação com a dificuldade de seguir em frente.