Preto Rico (part. Kiaz)

Contrastes e superação em "Preto Rico (part. Kiaz)" de Dfideliz

"Preto Rico (part. Kiaz)", de Dfideliz, retrata de forma direta a trajetória de um jovem negro da favela que alcança riqueza e respeito, sem esconder as dificuldades e perdas do caminho. A letra destaca a dualidade entre o brilho do sucesso e o peso dos traumas, especialmente ao mencionar amigos mortos e a necessidade constante de autoproteção: “Maioria morto e eu tô vivendo por ele / É só me proteger o resto deixa que eu faço”. Dfideliz mostra que sua conquista não é apenas pessoal, mas carrega a memória e o sofrimento coletivo da comunidade.

A música também aborda a complexidade da vida no crime, onde ostentação, festas e sexualidade se misturam à violência e ao perigo. Trechos como “as patty gosta de baile de facção / ama jogar a bunda no fuzil de ladrão” e “os menor que é fogueteiro vai transar de oitão” ilustram como a criminalidade e a sexualidade fazem parte do cotidiano desses jovens, muitas vezes de forma precoce e brutal. Ao prometer à mãe uma casa em Dubai e afirmar que nunca vai desmerecer ninguém, Dfideliz expressa o desejo de superação e retribuição, sem esquecer suas origens e as dificuldades impostas pelo racismo: “Quero ver cê aguentar o peso que é minha cor / Se vão continuar falando que eu me faço”. Assim, a música faz um retrato realista das contradições do sucesso e traz uma crítica social sobre racismo e desigualdade.