A Cara do Pai

Humor e crítica social em "A Cara do Pai" de Dicró

Em "A Cara do Pai", Dicró utiliza seu humor característico para abordar temas como infidelidade e paternidade duvidosa, transformando uma expressão popular em sátira. A música gira em torno da ironia de que, mesmo diante de traições, o filho é sempre considerado "a cara do pai". O refrão repetido, "Filho de piranha parece com o pai", reforça o sarcasmo e expõe a situação do marido traído, que acaba assumindo a paternidade de um filho que pode não ser seu. A letra detalha cenas do cotidiano, como a mulher que "saiu de novo pra ver o Ricardão na casa da prima" e o marido que, sem saber de nada, "passeia com o moleque pra baixo e pra cima".

Dicró também amplia a piada ao provocar o público, dizendo frases como "quem não toca o meu disco é cara do pai" e "quem não compra o meu disco é cara do pai", envolvendo o ouvinte na brincadeira. O tom leve e debochado transforma um tema delicado em uma crônica bem-humorada do cotidiano suburbano, misturando ironia e crítica social. Assim, a música não apenas diverte, mas também faz uma reflexão sobre as relações familiares e as aparências mantidas em nome da conveniência social.