Des Geyers schwarzer Haufen

Rebelião e esperança em “Des Geyers schwarzer Haufen”

A música “Des Geyers schwarzer Haufen”, interpretada por Die Streuner, retrata o espírito de rebelião dos camponeses durante a Guerra dos Camponeses Alemães. Um dos símbolos mais fortes da letra é a metáfora “Setzt aufs Klosterdach den roten Hahn” (“Coloquem o galo vermelho no telhado do mosteiro”), que significa incendiar propriedades da Igreja, representando a resistência direta contra o poder eclesiástico. Esse chamado à ação violenta reflete o contexto histórico em que Florian Geyer e seu grupo, o “Schwarzer Haufen”, lideraram camponeses contra a opressão dos nobres e do clero, como aparece no verso “Wir wolln mit Pfaff und Adel raufen” (“Queremos lutar contra padres e nobres”).

A letra adota um tom popular e combativo, defendendo justiça social e igualdade. Isso fica claro ao questionar a origem da nobreza: “Als Adam grub und Eva spann – Wo war denn da der Edelmann” (“Quando Adão cavava e Eva fiava, onde estava o nobre?”), sugerindo que a desigualdade social foi criada depois do início da humanidade. O verso “Wir woll´n nicht länger sein ein Knecht – Leibeigen, frönig, ohne Recht” (“Não queremos mais ser servos – servos da gleba, sem direitos”) expressa o desejo de liberdade e o repúdio à servidão.

Mesmo reconhecendo a derrota dos camponeses, a canção mantém a esperança de que as próximas gerações continuarão a luta: “Geschlagen gehen wir nach Haus – Die Enkel fechten´s besser aus” (“Derrotados, voltamos para casa – os netos lutarão melhor”). O refrão repetido e as expressões de incentivo reforçam o espírito coletivo e revolucionário, tornando a música um símbolo duradouro de resistência popular.