Butterfly (Digimon Tri)

Crescer, ousar e voar em “Butterfly (Digimon Tri)”

Em “Butterfly (Digimon Tri)”, a borboleta não nasce pronta: parte de asas frágeis e aprende a voar ao decidir arriscar. A letra transforma dúvida em movimento, colando a incerteza de “não sei nem os planos de amanhã” à urgência de “ir agora te encontrar”, guiada por imagens de voo, vento e caminho. A metáfora fala de transformação e liberdade, espelhando o crescimento dos protagonistas de Digimon: sair do casulo, pegar o vento que brilha e atravessar a cidade para seguir adiante. “君” (você) pode ser uma pessoa amada, um sonho ou os parceiros/amigos da série. A insistência em “esquecer o que é desnecessário” e “não há mais tempo a perder” sintetiza a atitude: esperança com pressa.

O refrão dá o eixo emocional: num mundo que parece vazio após sonhos infinitos, “os sentimentos queridos quase perdem”, mas “mesmo com asas frágeis, com certeza vou voar”. O mantra “きっと飛べるさ” (com certeza vou voar) e os “wow wow wow” funcionam como grito de torcida, enquanto versos como “常識外れも悪くはないかな” (talvez fugir do senso comum não seja tão ruim) liberam a ousadia de quebrar regras. O arranjo direto e o drive rock — fruto da virada de Kōji Wada do terreno das baladas para uma energia mais crua — sustentam essa determinação: pegar o vento certo, deixar a cidade ouvir o próprio passo e seguir o caminho até “どこまでも” (até onde for). Lançada em 1999 e recriada em 2015 na tri.Version, última gravação de Kōji Wada, a canção reafirma avançar apesar das incertezas.