Pagode

Conversão no amor e no ritmo em “Pagode”, de Diney

Em “Pagode”, Diney transforma a frase “não gosto de pagode” numa missão de conquista, guiada pelo clima de pegação e pelo poder do som. A trama é direta: depois de uma noite intensa — “foi tanto beijo...” — ela diz que não curte, ele arma o plano e leva a garota para um “pagodão”. A partir daí, o repertório vira estratégia: quando toca Tiee e, na sequência, “Fulminante” (hit do Mumuzinho) com “Pericão” (Péricles), a resistência dela cai; a lista de nomes confirma a virada. Emoções claras — tesão, paixão, euforia do rolê — culminam no orgulho de quem consegue “converter” pelo ouvido e pela vivência.

As referências funcionam como trocadilhos que aceleram a narrativa e homenageiam a cena: “Deu um Sorriso Maroto e Belo” descreve o sorriso dela enquanto cita os artistas; “Revelação” é tanto o grupo quanto o momento de descoberta; “a batucada lá do Fundo” aponta ao Fundo de Quintal; e “a dineyzada do Diney” é a autoassinatura da festa. O verso “levei logo num pagode em Marechal” ancora a história nas raízes do artista, nascido em Marechal Hermes (RJ), reforçando pertencimento. A letra desfila Tiee, Mumuzinho, Péricles (Pericão), Sorriso Maroto, Belo, Revelação, Turma do Pagode, Rodriguinho, Thiaguinho, Ferrugem, Dilsinho, Thiago Cerol, Pique Novo, Pixote e Xande de Pilares — um inventário afetivo coerente com o perfil de Diney, compositor gravado por Péricles, Mumuzinho e Ferrugem e criador do projeto “PagoDi”. No fecho, “no final ela gostou do meu pagode” tem duplo sentido: ela passou a curtir o estilo e aprovou o jeito dele de conduzir a noite.