The Game

Entre controle e vingança em “The Game”, do Disturbed

“The Game” usa a metáfora do “jogo” para expor um relacionamento marcado por manipulação e disputa de poder. O narrador, um homem que acusa a parceira de traição, oscila entre vítima e agente de retaliação. Já no convite “Do you think that we could play another game? / Maybe I could win this time?” (Você acha que poderíamos jogar outro jogo? / Talvez eu consiga vencer desta vez?), a dinâmica competitiva fica explícita. A ambiguidade entre prazer no sofrimento e desejo de vingança surge em “I kind of like the misery… / I think that I could kill this time” (Eu meio que gosto da miséria... / Acho que desta vez eu poderia matar), enquanto “weeping so sweetly” (chorando tão docemente) sugere que as lágrimas dela também operam como recurso de manipulação. O conflito central opõe a necessidade de controle dele às mentiras dela.

No refrão, o tom de julgamento vira caça: “Is she not right? Is she insane? / Will she now run for her life…” (Ela não está certa? Ela é louca? / Ela agora vai correr para salvar a própria vida...). A repetição de “Lie to me!” (Minta para mim!) funciona como gatilho e provocação que justificam a retaliação. “Another victim dies tonight” (Outra vítima morre esta noite) intensifica a fantasia punitiva — que pode ser lida literalmente (ameaça física) ou como metáfora de “matar” o vínculo, o status social ou a imagem dela. Ao criticar quem usa mentiras para “leave your little mark on society” (deixar sua marquinha na sociedade), a faixa adverte que o jogo pode virar contra quem o inicia. Sua presença em Devil May Cry 2 reforça a estética combativa e de perseguição, alinhada ao confronto levado às últimas consequências.