Revienta el Mi mayor

Esperança e crítica social em “Revienta en Mi mayor”

O título “Revienta en Mi mayor” já indica uma explosão emocional, usando o acorde de Mi maior como símbolo de esperança e renovação. A letra faz referência direta a esse acorde ao falar em “acordes de mejores tiempos” (acordes de tempos melhores), conectando música e memória afetiva a momentos de superação. Essa busca por cura e reconstrução também aparece na capa do álbum, que mostra retalhos unidos como metáfora para cicatrizar feridas, reforçando o desejo de transformação e resiliência.

A canção alterna imagens de vulnerabilidade e esperança, como em “Desnudas de ansiedad” (despidas de ansiedade) e “Poetas traigan luz” (poetas, tragam luz), onde a ansiedade é exposta e a luz dos poetas é convocada como força vital para atravessar a escuridão. A menção aos “niños del wifi” que “resucitarán” (crianças do wifi que ressuscitarão) as janelas velhas sugere uma ponte entre gerações, mostrando como o novo pode revitalizar o antigo sem perder a conexão com o passado. O trecho “Calmate cambalache / Calmá tu tempestad / O el que no afana es gil” (Acalme-se, cambalache / Acalme sua tempestade / Ou quem não se aproveita é bobo) faz referência ao caos social argentino, evocando o famoso tango “Cambalache” e a ideia de que, em tempos difíceis, quem não se aproveita é visto como ingênuo. Isso adiciona uma camada crítica à música, refletindo sobre a necessidade de calma e reflexão em meio à turbulência social.

O chamado à “madre selva” (madressilva) pode ser entendido como um pedido de reconexão com a natureza e as raízes, buscando proteção e renovação. A repetição do pedido para que os poetas tragam luz reforça o papel da arte como guia em tempos de incerteza, alinhando-se ao espírito do álbum, que propõe cura e esperança tanto para a banda quanto para o público após um longo hiato.