Set Tatuapé Conceito (part. MC GP, MC Marks, MC Joãozinho VT, MC Ryan SP, MC IG, MC Erick, Dfideliz e MC Kako)

Superação e pertencimento em “Set Tatuapé Conceito”

“Set Tatuapé Conceito”, de DJ Boy com participação de vários MCs, retrata o orgulho das conquistas e a ascensão social de jovens da periferia, conectando a ostentação à superação das dificuldades. A referência à loja Tatuapé Conceito vai além do simples consumo de marcas: ela simboliza a conquista de respeito e pertencimento para quem veio de baixo, transformando o chamado “kit de maloka” em um símbolo de vitória e identidade. O título homenageia uma loja importante para o funk paulista, e o uso de marcas como Lacoste, Tommy, Armani e Balmain é apresentado como afirmação de trajetória e resposta ao preconceito social, não apenas como vaidade.

A letra traz relatos pessoais de superação, como em “Onze e três tá na vitrine / Admirava um boot, cujo o preço era um chute, eu não podia pagar”, em que MC Ryan SP expõe o contraste entre o passado difícil e o presente de conquistas. O orgulho de “gastar de monte” e “zerar os 12 mola” (referência a tênis caros) aparece como resposta à exclusão, mostrando que a ostentação é uma forma de resistência. Trechos como “Funk não é crime, nem lugar pra vacilão / Então pega a visão, tem que respeitar” reforçam o funk como espaço legítimo de expressão e ascensão, enquanto MC Kako destaca: “Eu tô onde cê queria tá / Sem tem que matar ou grudar / Vitória é um prato que eu como quente”, mostrando que o sucesso foi conquistado sem recorrer ao crime.

A música também valoriza a coletividade e a lealdade às origens, como em “A nossa fé ilumina e a nossa voz é a voz do povo” e “Dinheiro é bom na mão de quem sabe bem com o que gastar / Joga na mão do Brunão, que ele vai multiplicar”. O “Brunão” representa o parceiro de confiança, reforçando a importância das alianças e do apoio mútuo. Assim, “Set Tatuapé Conceito” celebra a vitória dos que vieram da periferia, transformando o consumo de marcas e o sucesso financeiro em símbolos de resistência, orgulho e pertencimento, sem perder as raízes e a necessidade de respeito.