Na Onda do Berimbau (Eletro Funk) (part. MC Menor MT e MC Menor Dani)

Controvérsias culturais e sexualização em “Na Onda do Berimbau (Eletro Funk)”

“Na Onda do Berimbau (Eletro Funk)”, de DJ Guuga com MC Menor MT e MC Menor Dani, destaca-se por transformar o berimbau, instrumento símbolo da capoeira e da cultura afro-brasileira, em uma metáfora de conotação sexual. O refrão “É na onda que ela vai no pau / Que ela vai no pau na onda do berimbau” utiliza o duplo sentido da palavra “pau”, referindo-se tanto ao instrumento musical quanto a um sentido sexual. Essa escolha gerou críticas de capoeiristas e de coletivos como o QuilombUnido, representado por Dai Sombra, que consideram a apropriação do berimbau para fins de sexualização desrespeitosa e reforçadora de estereótipos, além de contribuir para a objetificação dos corpos femininos, algo combatido dentro da própria capoeira.

A letra adota um tom direto e descontraído, típico do arrocha funk, abordando temas como desapego, festas e relações casuais. Versos como “Eu tô cansado de aliança / Eu tô cansado de problema / Toda hora essas mina quer arrumar encrenca” e “Voltei pra cachorrada / Voltei pra putaria” reforçam a rejeição a relacionamentos sérios em favor de uma vida de diversão e liberdade sexual. O uso de nomes femininos e expressões como “piranha do Elipa” (referência a mulheres de uma região específica) intensifica o tom polêmico e sexualizado da música, evidenciando a objetificação feminina e gerando debates sobre respeito e representatividade, especialmente entre movimentos sociais ligados à capoeira e à valorização das mulheres.