Homenagem Aos Relíquias 3.0 (part. MC Lynne, MC Naíse, Guetta Finelly, Laryssa Maravilha, Belle Kaffer, Lua Lopes, MC Marcela GC, Thammy Maravilha, Carol Pécora e Dani Russo)

Empoderamento feminino e resistência em “Homenagem Aos Relíquias 3.0”

"Homenagem Aos Relíquias 3.0", de DJ Matt D, destaca-se por reunir um time de mulheres no funk e no trap, gêneros historicamente dominados por homens. A música homenageia nomes como Ludmilla, Ivete Sangalo e Tati Quebra Barraco, ao mesmo tempo em que desafia o machismo estrutural do cenário musical. Isso fica claro em versos como “Respeita as moça / Brota do zero, patente alta / Brisa nas menina de quebrada”, que reforçam o orgulho da origem periférica e a exigência de respeito às mulheres.

Cada artista participante traz sua vivência, reforçando a autonomia e o empoderamento feminino. Trechos como “Nós tira onda, nós tá na moda / E o comentário é que o nosso bonde é foda” e “Porque Deus me fez assim, dona de mim” celebram autoestima e liberdade. Já versos como “Oportunidade é o que nos falta / Talento tem de sobra, só não há alguém que exalta” denunciam a desigualdade de oportunidades, mas também ressaltam a superação. O uso de gírias e expressões típicas da favela, como “levanta poeira”, “bota fé no valor que nós tem” e “tacando a raba”, valoriza a identidade periférica e a resistência das mulheres nesse contexto.

A música também explora a sensualidade e o deboche como formas de autossuficiência, como em “Eu sento rebolando, chamando seu nome / Subo te olhando e te provocando / Fica à vontade, hoje é no meu nome / A braba sou eu, sou eu que tô bancando”. Assim, “Homenagem Aos Relíquias 3.0” vai além de uma homenagem: é um manifesto de resistência, orgulho e conquista feminina, transformando críticas em combustível para reafirmar o protagonismo das mulheres no funk e no trap.