Solta a Larissa (part. J. Eskine)

Duplo sentido e crítica social em “Solta a Larissa (part. J. Eskine)”

A música “Solta a Larissa (part. J. Eskine)”, de DJ WF, utiliza a expressão popular “soltar a Larissa” para explorar temas de liberdade e sexualidade. No contexto da letra, a frase ganha um duplo sentido: ao mesmo tempo em que sugere dançar de forma livre e desinibida, também carrega uma conotação sexual explícita. O refrão destaca que a personagem "solta a Larissa em qualquer lugar" — seja na praia, no cinema, em casa ou no carro —, reforçando tanto a ideia de espontaneidade quanto a de disponibilidade sexual em diferentes situações. Essa ambiguidade é uma característica marcante do funk, que costuma brincar com gírias e expressões do cotidiano para criar letras provocativas.

Na segunda parte, a música faz referências diretas à vida urbana e à cultura digital, como no verso “Só aceita pix, né, amor?”, mostrando uma personagem adaptada à modernidade e que só aceita pagamentos digitais. Esse detalhe pode ser interpretado como uma alusão à profissionalização do sexo pago, mas também funciona como uma crítica bem-humorada à digitalização das relações e transações. Elementos como “área de perigo” e “lá fora, troca de tiro” inserem o cenário da periferia, misturando sensualidade com o cotidiano tenso das comunidades. O uso de onomatopeias e comandos como “vem de quatro” e “bota a mão no baco baco” reforça o tom sexual e dançante, típico dos bailes funk, enquanto a repetição e o ritmo acelerado convidam à diversão sem restrições.