Oração Ao Tempo

Reflexão sobre a vida e o tempo em “Oração Ao Tempo”

Em “Oração Ao Tempo”, Djavan interpreta uma letra que personifica o tempo como uma entidade poderosa e admirável, chamada de “um senhor tão bonito” e “um dos deuses mais lindos”. Essa abordagem revela não só respeito, mas também o desejo de dialogar e, de certa forma, negociar com o tempo, reconhecendo-o como “compositor de destinos” e “tambor de todos os ritmos”, ou seja, como quem determina o rumo da vida e dos acontecimentos.

A canção expressa humildade diante da força do tempo, mas também esperança. O pedido por “prazer legítimo e movimento preciso” mostra o anseio por viver experiências plenas, mas sempre no “momento propício”, aceitando que tudo depende do ritmo imposto pelo tempo. O verso “E quando eu tiver saído / Para fora do teu círculo / Não serei nem terás sido” traz uma reflexão sobre a finitude da vida e a ideia de que, após a morte, tanto o indivíduo quanto o tempo perdem o sentido um para o outro, embora haja a esperança de um reencontro em outro plano. Ao escolher interpretar essa música no álbum “Ária”, Djavan reforça o tom contemplativo da obra, com arranjo minimalista e sensível, destacando a delicadeza do diálogo com o tempo. A repetição do nome “tempo” funciona como um mantra, reforçando o caráter de oração e a busca por compreensão diante dos mistérios da existência.