OM

Espiritualidade e entrega no amor em “OM” de Djavan

Em “OM”, Djavan utiliza o mantra sagrado do hinduísmo como símbolo de um desejo profundo de proximidade e conexão espiritual com a pessoa amada. Ao cantar “Queria ser teu ‘Om’ viver grudado sim, sempre ali, sempre ali”, ele expressa a vontade de ser uma presença constante e essencial, indo além do aspecto físico e buscando um papel de equilíbrio e apoio na vida do outro. O uso do termo “Om” traz uma dimensão universal e espiritual para a relação, mostrando que o amor pode ser uma força fundamental e transformadora.

A letra também revela a consciência das próprias limitações. Quando Djavan diz “Não sou nada indelével, sou instável como a cidade”, ele admite sua natureza mutável e a dificuldade de ser um porto seguro absoluto. Mesmo assim, demonstra esforço para proporcionar conforto, como em “carrego pau e pedra só para ver-te mais à vontade”. O trecho “Sem o mar a cobrir-te de sombras ou cores / Livre pra amores desses que vêm e vão” mostra respeito à liberdade do outro e à transitoriedade dos sentimentos. Por fim, a metáfora “você que nasceu com o leito pro rio / Que desafio querer-te acompanhar!” reforça o desafio de amar alguém livre, exigindo aceitação, entrega e desapego diante da fluidez dos relacionamentos.