Desejo

A dualidade entre ilusão e realidade em “Desejo” de Djavan

Em “Desejo”, Djavan aborda como a paixão intensa pode distorcer a percepção da realidade, transformando sentimentos em ilusões. O verso “Você nem sabe o que é uma vida reduzida a paixão / Daí tudo é ilusão” mostra que, ao viver apenas em função de um sentimento, a pessoa perde a clareza sobre o que é real. Djavan utiliza a metáfora “prender uma vida pela respiração” para ilustrar como a saudade pode ser sufocante e ilusória, sugerindo que tentar manter viva uma lembrança ou desejo é tão impossível quanto viver sem respirar.

A música também destaca a insatisfação humana, especialmente no trecho “não ter o mar à mão com esse calor”. Aqui, Djavan simboliza o desejo por algo inatingível, mostrando que muitas vezes as pessoas se frustram por não conseguirem tudo o que querem. No refrão, “Amor, amor / Plantado ao coração / Foi brotar de um beijo / Aí já (nem) é ilusão? / É o meu desejo”, o compositor sugere que, quando o amor se concretiza e deixa de ser apenas fantasia, ele se transforma em desejo real, superando a ilusão. Assim, Djavan explora a linha tênue entre sonho e realidade nos sentimentos humanos, trazendo uma reflexão direta e sensível sobre o tema.