
Êxtase
Djavan
Religião e ironia no caos emocional de “Êxtase” de Djavan
A música “Êxtase”, de Djavan, utiliza referências religiosas e culturais de forma irônica para retratar um estado emocional confuso e contraditório. No verso “Eu fiquei cego na estrada de Damasco”, Djavan faz alusão à conversão de São Paulo, sugerindo uma transformação repentina e intensa. Já “Tava em êxtase que nem Santa Teresa” remete ao êxtase místico de Santa Teresa de Ávila, mas aqui o termo é usado de maneira coloquial, indicando um descontrole emocional forte, quase fora de si. O tom irônico se intensifica quando o narrador afirma que “devia ter partido a tua cara”, mas se coloca como “um São Sebastião flechado”, ou seja, alguém que sofre passivamente, reforçando a sensação de impotência diante da situação.
A letra também traz personagens bíblicos e figuras populares, como Barrabás, “o cordeiro de Deus” e “o bode expiatório”, ampliando o sentimento de confusão de identidade e injustiça do narrador. Trechos como “Eu, xará, um bárbaro arataca saqueando Roma / Eu, xará, um bêbado babaca em estado de coma” misturam imagens grandiosas e patéticas, reforçando a autodepreciação e a ironia. Expressões como “o mordomo na chanchada de suspense” e “o presunto na Baixada Fluminense” trazem humor ácido e aproximam o drama pessoal do universo popular brasileiro. Assim, Djavan constrói um retrato de alguém perdido entre o sagrado e o profano, o heroico e o ridículo, usando linguagem coloquial e referências culturais para dar profundidade e ambiguidade ao estado de “êxtase”.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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