Romance

Frutas e cotidiano no amor em "Romance" de Djavan

Em "Romance", Djavan utiliza frutas tropicais como metáforas para explorar sentimentos e relações humanas, criando uma conexão direta entre o amor e a natureza. Ao citar versos como “Fruta-de-conde / Sua casca é um romance / Muito boinha você / Viu? Laranjinha doce / Dulcíssima”, ele associa o afeto à doçura e delicadeza das frutas, mostrando que o amor pode ser envolvente e suave, assim como uma laranja madura. Já em “pitomba jura / Amargura no caroço”, Djavan contrapõe o sabor doce da fruta à amargura escondida, sugerindo que até relações aparentemente doces podem guardar desafios ou pequenas tristezas.

A canção também destaca elementos do xote, reforçados pela participação de Sivuca, e faz referências ao Nordeste, como em “Eu sou do mato / Brinquei com maturi”. Esses trechos aproximam a música da simplicidade e da riqueza cultural nordestina. O verso “Por dentro do mato / Fruto do ato” indica que o amor surge de experiências autênticas, assim como os frutos nascem da terra. No final, o cotidiano se mistura ao afeto em “Meu bem me abraça / E a Lua quer me dizer / Te amo”, mostrando que a natureza é parte ativa do romance. Assim, Djavan reforça a ideia de que o amor é simples, natural e profundamente ligado às origens e ao dia a dia.