Obstinado (part. Filipe Ret e Delacruz)

Superação e identidade em "Obstinado (part. Filipe Ret e Delacruz)"

"Obstinado (part. Filipe Ret e Delacruz)", de Djonga, questiona a ideia de que sucesso se resume a conquistas materiais, destacando que a verdadeira vitória está na superação das adversidades sociais e na valorização das origens. O refrão de Delacruz, ao dizer “Quase não falo de dinheiro, não, não / Eu tenho mais do que eu preciso / Quero paz no coração”, reforça que saúde e amizades são mais importantes do que riqueza, alinhando-se à proposta do EP "Novos Deuses" de repensar o que é poder e realização.

Djonga aborda o racismo estrutural e a desigualdade, trazendo à tona a luta da população negra no Brasil. Ao afirmar “E minha única diferença pra esses cara branco / Não é o tamanho da vitória, e sim o tamanho da luta”, ele evidencia que o caminho até o sucesso é mais difícil para quem enfrenta o preconceito diariamente. Referências como “pele negra é pele morta” e sua atuação na Europa, empregando pessoas negras e afastando-as do crime, mostram seu compromisso em transformar a realidade da comunidade. As menções a “Racionais” e “Malcolm” reforçam o legado de resistência e consciência social presente em sua arte.

Filipe Ret destaca a obstinação e a autenticidade, rejeitando definições externas de sucesso e valorizando a fidelidade aos próprios valores: “Ninguém define o que eu posso / Obstinado, a meta é vencer, eu tenho o poder de quem tá no pódio”. A gravação em cenários europeus simboliza a conquista de espaços antes inacessíveis, sem perder o foco na origem e na responsabilidade social. "Obstinado" se firma como um manifesto de afirmação, superação e orgulho coletivo.