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Provocação e autenticidade em “97” de Doja Cat

Em “97”, Doja Cat utiliza o Mercedes-Benz 1997 como símbolo central para desafiar a cultura de ostentação atual. Ao escolher um carro antigo e marcante, ela reforça sua individualidade e mostra desprezo pelas tendências passageiras, preferindo destacar sua autenticidade em vez de seguir o que está na moda. O refrão repetitivo, “Looks like we don't give a shit” (Parece que não ligamos para nada), deixa evidente o tom irreverente e autoconfiante da música, mostrando que Doja Cat não se importa com julgamentos externos e faz questão de exibir essa postura sem filtros.

As menções ao casaco de chinchila e ao visual extravagante, como em “I'ma take the geese and chinchilla coat on a walk and / Don't forget the cheetah print” (Vou sair com o casaco de ganso e chinchila / E não esqueça a estampa de onça), reforçam a ideia de luxo sem culpa, mesmo diante de possíveis críticas, como a referência à PETA. Doja Cat brinca com a polêmica e desafia quem tenta questionar suas escolhas, ironizando a cultura do cancelamento e a busca por engajamento nas redes sociais: “If you're scootin', let me know 'cause that's a comment, that's a view / And that's a ratin', that's some hatin', that's engagement, I could use” (Se você está de olho, me avise porque isso é um comentário, é uma visualização / É uma avaliação, é um hate, é engajamento, que eu posso usar). Assim, “97” celebra a liberdade de ser autêntica, debochando das expectativas e mostrando que, para Doja Cat, a melhor resposta ao julgamento é simplesmente não se importar.