Meu Corpo É Meu

A Luta pelo Controle do Próprio Corpo em 'Meu Corpo É Meu' de Dominatrix

A música 'Meu Corpo É Meu' da banda Dominatrix aborda temas profundos e polêmicos relacionados aos direitos das mulheres, especialmente no que diz respeito ao aborto e à violência de gênero. A letra critica a moralidade imposta pela sociedade patriarcal, que frequentemente julga e pune as mulheres por suas escolhas reprodutivas e por sua sexualidade. A canção começa destacando a visão moralista sobre o aborto, que é visto como uma infração moral, e as consequências severas que as mulheres enfrentam, como castigo e prisão.

A letra também expõe a hipocrisia da sociedade ao tratar de casos de violência sexual. Enquanto a mulher que aborta é vista como uma criminosa, o homem que comete violência sexual muitas vezes é tratado com leniência, sendo considerado 'puro' e 'inocente'. A música denuncia essa disparidade de tratamento e a misoginia enraizada que permite que homens escapem das consequências de seus atos violentos, enquanto mulheres são severamente punidas por tentar controlar seus próprios corpos.

Além disso, a música aborda a realidade brutal das mulheres que recorrem a métodos perigosos para realizar abortos, como o uso de Misoprostol, veneno, farpas e arame, devido à falta de acesso a serviços de saúde seguros e legais. A letra enfatiza a luta contínua das mulheres contra o patriarcado e a necessidade de autonomia sobre seus próprios corpos. A frase 'meu corpo é meu' é um grito de resistência e afirmação de que as mulheres devem ter o direito de decidir sobre suas próprias vidas e corpos, sem serem julgadas ou punidas por isso.