Bem Alto

A Ascensão e o Vazio em 'Bem Alto' de Don L

A música 'Bem Alto' de Don L é uma exploração lírica da ascensão social e do vazio existencial que muitas vezes a acompanha. A letra começa com uma descrição de um encontro romântico que é ao mesmo tempo excitante e perigoso, simbolizado pela 'placa de perigo na estrada'. A referência à 'Praia do Futuro' e à 'Lamborghini' sugere um cenário de luxo e exclusividade, mas também de superficialidade e efemeridade. A relação entre os personagens é intensa e fugaz, marcada por momentos de prazer e cansaço, refletindo a dualidade entre o êxtase e a exaustão.

No segundo verso, Don L aborda a vida de ostentação e a busca incessante por status e validação. A menção a marcas de luxo como 'Buchanans' e 'GQ' contrasta com a realidade de um 'terceiro mundo', criando uma dicotomia entre a aparência e a substância. A 'diva de terceiro mundo' é uma figura que, apesar de sua beleza e glamour, carrega uma dor interna que nem a maquiagem pode esconder. A dança com a serpente e a fuga entre os flashes sugerem uma vida de excessos e escapismo, onde a busca por prazer e reconhecimento é constante, mas nunca plenamente satisfatória.

O último verso aprofunda essa temática, com referências a lugares exóticos e experiências luxuosas que, apesar de todo o seu brilho, não conseguem preencher o vazio existencial. A 'curva perigosa na serra' e o 'fim de neblina em alvorada' são metáforas para os altos e baixos da vida, enquanto o 'pacto de bandido nunca dito' sugere uma cumplicidade silenciosa entre os personagens. A música termina com a repetição de 'bem alto', reforçando a ideia de uma busca incessante por algo mais, algo que está sempre fora de alcance, nas nuvens.