Poetas no Topo 3.1 (Qualy, Rincon, Clara, Liflow, Luccas Carlos, Xará, Drik Barbosa, Don L)

Vozes de resistência e crítica social em “Poetas no Topo 3.1”

“Poetas no Topo 3.1 (Qualy, Rincon, Clara, Liflow, Luccas Carlos, Xará, Drik Barbosa, Don L)” se destaca por reunir diferentes artistas que compartilham suas experiências e críticas sociais, criando um retrato coletivo de resistência e autenticidade no rap nacional. A música vai além do relato individual, mostrando que o topo do rap não é apenas um símbolo de sucesso, mas também um espaço de enfrentamento contra opressões como racismo, machismo e desigualdade social. Esses temas aparecem de forma clara nos versos de Don L e Drik Barbosa, que usam suas rimas para denunciar injustiças e provocar reflexão.

Don L faz uma crítica direta à cultura pop e à hipocrisia social, questionando o valor da fama em um ambiente onde a ignorância é comum e a moralidade é seletiva: “Qual é memo o ponto em ser popular? Teu nome na boca dos vermes, porra”. Ele também relaciona essa crítica ao contexto político brasileiro, citando movimentos como o “Fora Dilma” e expondo o moralismo vazio de quem perpetua preconceitos. Drik Barbosa traz a representatividade feminina e negra para o centro do rap, citando nomes como Tasha e Tracie e denunciando o racismo estrutural e o feminicídio: “João Vitor, com 13 morto por intolerância / A.k.a racismo, sociedade lixo”. Ela ainda critica a hipocrisia do mercado musical, onde a inclusão é mais discurso do que prática, evidenciada pela ausência de mulheres negras em videoclipes.

A música se firma como um manifesto de autoafirmação e denúncia, em que cada artista reafirma sua identidade e trajetória, ao mesmo tempo em que desafia o ouvinte a questionar as estruturas sociais e o próprio cenário do rap. O tom direto e crítico dos versos reforça que o topo é, acima de tudo, um espaço de luta coletiva por respeito, voz e transformação.