Menino Bicho

Marginalidade e instinto em “Menino Bicho” de Dorgival Dantas

“Menino Bicho”, de Dorgival Dantas, retrata a vida de alguém que vive à margem das normas sociais, guiado por instintos e uma ligação quase selvagem com a natureza. O verso “fazer amor com uma vaca magra / que não tenha força pra se levantar” chama atenção pelo tom rústico e pode ser interpretado como uma metáfora para relações desiguais ou para a busca de afeto em meio à escassez e dificuldade. Esse trecho reforça o tema da sobrevivência e da adaptação do personagem, que enfrenta a vida com os recursos que tem, sem idealizações.

A frase “já pintei os sete, já fui Barrabás” destaca o passado de rebeldia e travessuras do protagonista, associando-o a figuras conhecidas por desafiar regras e limites. O termo “menino bicho” resume essa identidade: alguém que, por escolha ou necessidade, se acostumou a viver de forma instintiva, quase animal, sem culpa ou vergonha. A música, com sua linguagem direta, transmite uma aceitação dessa condição, reconhecendo a realidade de quem se acostumou a ser diferente do que a sociedade espera, sem buscar aprovação ou arrependimento.