
Mocinho Bonito
Dóris Monteiro
“Mocinho Bonito”: sátira carioca ao falso status social
Em “Mocinho Bonito”, Dóris Monteiro interpreta a sátira certeira de Billy Blanco ao “falso grã-fino” e ao “falso malandro” de Copacabana, tipos que tentam ascender só na base da pose. Nascida e criada em Copacabana e filha de empregada doméstica, Dóris canta com malícia de quem conhece o ambiente. Já no verso “Mocinho bonito, perfeito improviso do falso grã-fino”, tudo é performance: aparência impecável e cabeça fraca, reforçada por “No corpo é atleta / Mas no crânio é menino / Que além do ABC / Nada mais aprendeu”. O contraste entre “na pinta de conde” e “se esconde um coitado / um pobre farsante” dá graça e uma pontada de pena: o garotão finge nobreza, mas a letra esfrega a superfície e revela o truque.
A narrativa desmonta as bravatas: ele “conta vantagem que vive de renda e mora em palácio”, enquanto tenta apagar “um barraco no Estácio”. É o alvo de Blanco: gente da zona sul que camufla origem humilde para circular no glamour de Copacabana. No fecho, cai a outra máscara: “falso malandro de Copacabana”, uma malandragem de vitrine que rende só “vintão por semana”. “A mana do peito” pode ser lida como irmã muito próxima ou uma benfeitora íntima; o duplo sentido deixa claro que essa “renda” é mesada, não patrimônio. Com suingue leve que já apontava a bossa nova, a canção combina humor, observação social e ironia — virou estouro de rádio em 1957 e consolidou Dóris nessa virada de estilo.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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