The Motion (feat. Sampha)

Desapego e solidão em "The Motion (feat. Sampha)" de Drake

Em "The Motion (feat. Sampha)", Drake aborda o fim de um relacionamento como parte inevitável do ciclo emocional da vida, e não como resultado de um erro específico. A repetição de "I guess that's just the motion" (Acho que é só o movimento) mostra sua resignação diante do desapego e da aceitação dos altos e baixos dos relacionamentos. Isso fica claro quando ele diz: "It's not me and you, it's not me it's you / You're reckless and you know it, they don't love you like I do" (Não somos eu e você, não sou eu, é você / Você é imprudente e sabe disso, eles não te amam como eu). Aqui, Drake reconhece tanto a responsabilidade da outra pessoa quanto sua própria frustração por não conseguir manter a relação.

A música também fala sobre a superficialidade das conexões em sua vida, especialmente após o sucesso. No trecho "Seem like everybody calling 'cause they want me on their song / It's like every time I touch it I could never do no wrong / When they need a favor from you, man, they don't leave you alone / But I guess that's just the motion" (Parece que todo mundo liga porque quer que eu participe da música deles / É como se toda vez que eu tocasse, nunca pudesse errar / Quando precisam de um favor, não te deixam em paz / Mas acho que é só o movimento), Drake expõe como as pessoas só o procuram por interesse. "Then their phone doesn't ring / When they got everything, that's the motion" (Depois o telefone deles não toca / Quando eles têm tudo, esse é o movimento) reforça a ideia de relações utilitárias e passageiras.

A participação de Sampha, marcada por emoção, intensifica o tom introspectivo da faixa. O verso "Everything that I write is either for her or about her / So I'm with her even when I'm here without her and she know it" (Tudo que eu escrevo é para ela ou sobre ela / Então estou com ela mesmo quando estou aqui sem ela, e ela sabe disso) mostra como o passado ainda afeta Drake. Assim, a música retrata a dificuldade de se desapegar, a aceitação do fluxo natural das relações e a solidão que acompanha o sucesso, tudo embalado por uma produção envolvente.