Some Ou Soma 2 (part. ADL)

Lealdade e crítica social em "Some Ou Soma 2 (part. ADL)"

"Some Ou Soma 2 (part. ADL)", de Ducon com participação de ADL, vai além de um apelo à lealdade: a música expõe a realidade das periferias e questiona quem realmente está disposto a contribuir de verdade, e quem só aparece por interesse. O refrão destaca essa ideia ao dizer: “E quando eu tô na merda, quem me ouve? Na baixa, eu sei, são poucos que me ouvem e agem”, mostrando a solidão e a seletividade das relações nos momentos difíceis. A mensagem central é clara: nas adversidades, só permanecem os verdadeiros aliados, aqueles que “fazem pelo certo sem interesse”.

A letra traz críticas sociais diretas, como em “Do que adianta clipe em miami, monte de seguidor, hype, entrevista pra revista, se meu tio foi despejado, minha irmã com a luz cortada”, onde DK denuncia a futilidade da ostentação diante das necessidades reais da comunidade. O contexto da música é reforçado pela vivência dos artistas e pela parceria em projetos como "Favela Vive 1", o que legitima o tom autêntico das críticas. A expressão “soma ou some” funciona como um ultimato: ou a pessoa contribui para o coletivo, ou deve se afastar, sem espaço para oportunistas ou traidores, como em “Se eu te ver no erro traindo a porra da cone”. A música também aborda o preconceito e a criminalização dos moradores da favela, como em “E se acha que é bandido todos pretos que morrem, então some”. O uso de gírias e metáforas reforça a dualidade entre a luta diária e o desejo de ascensão, valorizando quem permanece leal e unido diante das dificuldades.