Disk P@#$%&! (part. Tasha & Tracie)

Empoderamento e autonomia feminina em “Disk P@#$%&!”

"Disk P@#$%&! (part. Tasha & Tracie)", de Duquesa, destaca-se por inverter o papel tradicional da mulher na música, colocando-a no centro do poder e do desejo. A ideia do "disk" é usada de forma irônica, como se fosse um serviço em que a mulher dita as regras, subvertendo a lógica de objetificação. O sample de "Atoladinha" traz uma referência ao funk brasileiro, mas a faixa atualiza essa memória coletiva ao misturar elementos de trap e drill, criando uma sonoridade ousada e contemporânea.

As letras são diretas e cheias de duplos sentidos, abordando a sexualidade feminina sem tabus. Trechos como “Ele liga no meu iPhone querendo uma noite daquelas” e “Ele gosta de uma cavala grande, do tamanho da sua fome” celebram o prazer feminino e mostram a mulher como protagonista do próprio desejo. A autonomia financeira aparece em versos como “Hoje eu sou mulher que banca e brota na sua porta com uma Volvo” e “cartão black, igual a cor do meu car”, reforçando o empoderamento. A música também aborda questões raciais e autoestima, especialmente nos versos “01 dos jogo, uma preta foda não gera insegurança / Você tá sem autoestima, mano / Pare de comer brancas”, trazendo à tona debates importantes sobre valorização da mulher negra, tema recorrente no trabalho de Tasha & Tracie.

Além disso, a faixa explora a multiplicidade de identidades femininas, como em “Dupla personalidade, me sinto até a Hannah Montana”, mostrando que a mulher pode ser quem quiser. O tom provocativo e autossuficiente reforça a mensagem de liberdade sexual e poder de escolha, fazendo de "Disk P@#$%&!" um manifesto de autonomia, prazer e autoestima feminina.