Condor

Liberdade e vulnerabilidade em "Condor" de Duzz

Em "Condor", Duzz utiliza a imagem do condor para explorar o conflito entre o desejo de liberdade e o peso das próprias dores. Ao dizer “Tento voar alto, mas meu corpo pesa porque eu sou um condor”, ele associa a ave, símbolo de elevação e superação, à dificuldade de se libertar das limitações pessoais. Essa metáfora se repete ao longo da música, mostrando como a busca por ascensão é constantemente freada por sofrimentos internos e dúvidas.

A letra é marcada por uma honestidade direta sobre conflitos emocionais, especialmente na diferença entre o que o artista sente e o que o público espera. No verso “Meu peito chora, público aplaude, tô indo embora”, Duzz revela a distância entre sua vulnerabilidade e a imagem de sucesso que os outros projetam. O trecho “Ah Oh yeeh, meu pau goza, mas minha consciência não” traz um contraste explícito entre prazer físico e insatisfação emocional, reforçando a ideia de que conquistas superficiais não preenchem o vazio existencial. Duzz também fala sobre o preço de suas escolhas, como o afastamento da família e da parceira em busca do sonho artístico, e a dúvida constante sobre o valor desse caminho.

A música se destaca por recusar uma postura de superioridade. Em “Antes de mudar o mundo, eu quero mudar a mim mesmo, e isso não é viagem é o meu maior compromisso”, Duzz expõe suas fragilidades e contradições, mostrando que sua arte nasce do desconforto. O refrão “O mundo todo ouvindo um poeta no lodo” resume a proposta de compartilhar sua verdade, mesmo que dolorosa, em busca de sentido e alívio.