Plástico

O Futuro Distópico e a Crítica Social em 'Plástico' de Edgar

A música 'Plástico' de Edgar é uma crítica contundente à sociedade contemporânea, abordando temas como o consumismo, a poluição e a alienação tecnológica. A letra começa com um chamado à desconexão da internet, sugerindo que a dependência digital está nos afastando da realidade e contribuindo para a destruição do meio ambiente. A referência a Gana e à África como destinos de resíduos eletrônicos destaca a desigualdade global e o impacto ambiental do descarte irresponsável de tecnologia.

Edgar utiliza metáforas poderosas para ilustrar a degradação ambiental e social. A 'era do plástico' simboliza a superficialidade e a artificialidade da vida moderna, onde até mesmo as construções são feitas de materiais sintéticos. O glitter no carnaval, que acaba no esgoto e contamina os peixes, é uma imagem vívida da poluição que permeia todos os aspectos da vida. A letra também critica a indústria tecnológica, mencionando a produção de bitcoins e os danos causados pela fabricação de aparelhos eletrônicos.

O futuro, segundo Edgar, é sombrio e distópico. Ele descreve um mundo onde a tecnologia avança sem controle, resultando em um 'tsunami de glitch' e 'uber sem motorista'. A imagem de um 'pássaro sem asa' e um 'arco-íris na poça de água suja de óleo' são metáforas que capturam a beleza ilusória de um futuro comprometido. A repetição da frase 'O futuro é uma criança com medo de nós' enfatiza a responsabilidade das gerações atuais em moldar um mundo melhor para as futuras gerações. A música é um alerta e um apelo à consciência coletiva, instigando reflexão sobre nossos hábitos e suas consequências a longo prazo.