É Obra

Conflito emocional e pandemia em “É Obra” de Edmázia Mayembe

A música “É Obra”, de Edmázia Mayembe, explora o dilema entre a decisão racional de terminar um relacionamento tóxico e a dificuldade emocional de se libertar desse vínculo. A artista utiliza metáforas ligadas à pandemia de COVID-19, como em “Fizeste cerca sanitária no meu coração” e “Fui infectada pelo vírus do teu amor”, para ilustrar o sentimento de aprisionamento e dependência. Essas imagens aproximam a experiência pessoal da cantora de uma situação global, tornando o sofrimento e o confinamento emocional mais compreensíveis para o público.

A letra revela de forma clara o conflito entre razão e desejo. Mesmo após prometer que não voltaria para o ex-parceiro, a protagonista admite: “o coração não me obedece, o meu corpo não te esquece”. O refrão “É obra” expressa uma resignação diante da força desse sentimento, como se fosse algo inevitável e fora do controle. O tom confessional da música destaca a vulnerabilidade de quem reconhece o próprio sofrimento, mas não consegue romper o ciclo de dependência. Ao compartilhar essa luta interna, Edmázia Mayembe conecta sua vivência a um sentimento universal, especialmente relevante no contexto de isolamento e incerteza da pandemia.