Sociedade Falida

Crítica social e indignação em “Sociedade Falida” de Edson Gomes

“Sociedade Falida”, de Edson Gomes, faz uma crítica direta à crise das instituições brasileiras e ao sentimento de abandono vivido pela população. Nos versos “nossas vidas nas ruas já não valem nada” e “ninguém sabe se está vivo na próxima parada”, o artista retrata a insegurança e a vulnerabilidade social, destacando a violência e a falta de proteção nas cidades. Ao citar “tanta lama, tanto vício, tanto oportunismo”, Edson Gomes expõe a corrupção e a degradação moral que marcam o cotidiano, refletindo o clima de insatisfação popular dos anos 1990, período em que a música foi lançada.

A referência a “Brasília” e a afirmação de que “ninguém cumpre o compromisso” direcionam a crítica ao centro do poder político, simbolizando o descaso dos governantes. Imagens como “gatos” e “ratos corroendo os partidos” reforçam a ideia de corrupção sistêmica. A repetição do termo “falida” para áreas como segurança, educação, previdência e saúde evidencia a percepção de que o sistema público está em colapso. Ao dizer que “as ruas andam cheias de hipócritas”, o artista denuncia não só a omissão dos políticos, mas também a passividade da sociedade diante desses problemas. Assim, a música se destaca como um protesto contundente, expressando indignação e chamando à responsabilidade coletiva por mudanças.