A Túnica
Eduarda Conrado
Ganhei uma túnica
Não pedi, não comprei, ganhei
Ganhei uma túnica
Muito linda, tão perfeita, várias cores, ganhei
Mas uma coisa que não entendi
É que quando àquela túnica vesti
Causou inveja entre meus irmãos
Ao ponto de causar irritação
Me diga, mesmo, que culpa tenho eu
É que o pai gostou de mim e me escolheu
E túnica o pai dá a quem quer
Sou seu filho, sou da casa, sou José
Vai conversar com meu pai, pergunta por que ele me deu
Sepulta o ciúme e fica em paz, pois eu não vou deixar levar o que é meu
Podem até planejar, me vender ou até me matar
Rasgar a túnica, dizer que morri
Mas, foi no anonimato onde eu cresci
E hoje Deus me abençoou, me deu graça, me fez governar
E quem no passado minhas vestes rasgou
Chama pra festa pra comemorar
A unção que você tem foi o pai quem deu
Essa voz que você tem foi o pai quem deu
A graça que você tem foi o pai quem deu
A chamada que arde foi o pai quem deu
Estão querendo rasgar, mas foi o pai quem deu
Vão mentir, caluniar, mas foi o pai quem deu
Descansa, canta, fica firme, pois foi o pai quem deu
Ninguém mata quem o pai dá uma túnica
Ninguém esconde quem o pai dá uma túnica
Ninguém abafa quem o pai dá uma túnica
Vai dando glória, pois o pai te deu a túnica
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