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O Homem Que Matava Marajás

Eduardo Dusek

Letra

    O Homem que Matava Marajás
    Sorria, mas matava marajás
    Matava as suas mães
    Matava os seus pais
    Matava os parentes
    Os suplentes serviçais

    O Homem que Matava Marajás
    Os perseguia do Rio Grande
    Aos Amapás
    Investigava rendimentos
    De autoridades federais
    Se descobria falcatruas
    Começava a andar atrás

    Então um dia, quando andava bem folgado
    O marajá era flagrado
    E o pescocinho degolado

    Também curtia estrangular vereadores
    Quando sabia de mordomias e favores
    Destruia os arquivos
    E as fotos de seu rei
    De onde vinha essa fúria
    Contra o estado contra a lei?

    Foi se tornando quase
    Um deputamicída
    Pois no café lá da
    Assembleia fornecida
    Acabou com uma sessão
    Provocando uma explosão
    Num botão de votação
    De um marajá do Maranhão

    Seria ele um simples terrorista
    Um tarado, um vigarista ou
    Um produto do mal?

    A Elite indignada disse: Basta!
    A plebe rude debochada disse: Bosta!
    O presidente reclamava
    Pedia o nome do bom-tom
    Mas deu com um morto em sua cama
    Com a boca cheia de injetor

    O senador que tinha culpa no cartório
    Foi encontrado afogado em mictório
    Nos arredores de Brasília
    Agarrava sua filha que num cargo
    Ele mantinha mas nunca ia trabalhar

    Seria ele um ex-constituente
    Um louco contribuente
    Enlouquecido pra matar?

    Ter cargo alto se tornou coisa maldita
    Virou moda andar vestido de xiita
    Chapa-branca, e mordomia era horror
    E agonia, pois começou a morrer
    Gente dentro do trem da alegria!

    O terror foi se espalhando por Brasília
    Todos fugiram com seus dólares e família
    De avião ou pela estrada a multidão
    Descontrolada com a galera atrás gritando
    "Pega e mata essa cambada!"

    Mas é que o Homem que Matava Marajás
    Ameaçava as estatais e os senhores principais

    Mataram o Homem que Matava Marajás
    E o desovaram todo crivado de crachás
    O céu normal na capital foi despertar
    Esqueçam tudo deixem o carnaval passar

    Todos voltaram a roubar!


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