Ave

A Liberdade e a Efemeridade do Amor em 'Ave' de Eduardo Dusek

A música 'Ave' de Eduardo Dusek é uma bela e poética reflexão sobre a efemeridade do amor e a liberdade inerente a ele. A letra utiliza a metáfora de um pássaro para representar uma pessoa que passou pela vida do eu-lírico, deixando marcas profundas, mas que, ao mesmo tempo, não pode ser aprisionada. A imagem do pássaro, ou 'pássara', que pousa, brinca e depois voa, simboliza a natureza transitória e livre do amor, que não pode ser contido ou possuído.

No primeiro verso, a 'ave' deixa sua marca na casa do eu-lírico, com sua presença refletida em todos os espelhos e suas asas manchadas. Isso sugere que a pessoa amada teve um impacto significativo e visível na vida do eu-lírico, mas também que essa presença foi passageira. A imagem das asas manchadas pode indicar que, apesar da beleza e da liberdade, há também uma certa dor ou imperfeição associada a essa relação.

No segundo verso, a 'pássara' pousa no corpo do eu-lírico, trazendo sorrisos e alegria, mas novamente, de forma passageira. A repetição da palavra 'passageira' reforça a ideia de que essa pessoa é como o vento, que passa rapidamente e não pode ser retido. A liberdade da 'pássara' é destacada quando ela brinca na janela, um símbolo de abertura e conexão com o mundo exterior, antes de voar para longe novamente.

A repetição do refrão 'Pássara! Passarás novamente! E lá fora és o vento distante de mim!' enfatiza a inevitabilidade da partida e a distância que se cria. O eu-lírico reconhece que, apesar do desejo de manter essa presença, a 'pássara' é livre e continuará a voar, sendo apenas uma lembrança distante. A música, portanto, celebra a beleza do amor livre e a aceitação de sua natureza efêmera.