Comandante Comino V2

Violência, lealdade e poder em “Comandante Comino V2”

“Comandante Comino V2”, de El Makabelico (El Comando Exclusivo), retrata de forma direta o cotidiano de um comandante do cartel, destacando a ostentação de poder, o armamento pesado e a constante paranoia. O verso repetido “Con mi chaleco y mi cuerno, patrullando en el pueblo, en nadie confío y siempre ando al tiro” (“Com meu colete e meu fuzil, patrulhando na cidade, não confio em ninguém e estou sempre pronto”) resume o clima de tensão e desconfiança, onde o colete à prova de balas e o fuzil AK-47 são símbolos de proteção e status. A lealdade ao cartel aparece em frases como “Sigo firme pa' la empresa, hasta la muerte soy zeta” (“Permaneço firme na organização, até a morte sou zeta”), mostrando fidelidade incondicional mesmo diante do risco constante.

A letra faz referência direta ao Cártel del Noreste, exaltando práticas e códigos do crime organizado, como em “si te sales del aro te cortamos la cabeza” (“se você sair da linha, cortamos sua cabeça”) e “aquí no entra la contra, sabes que esos se cuelgan” (“aqui o inimigo não entra, você sabe que eles são enforcados”), evidenciando a violência extrema e as punições para traidores. A menção a bairros como Villas de San Miguel e Santa María legitima a narrativa, conectando a música à realidade das regiões dominadas pelo cartel. O uso de gírias e apelidos, como “el comino” e “el comandante Mone”, reforça a identidade do grupo e a cultura interna do narco-rap. Apesar do tom de ostentação, a música reconhece a vida curta nesse meio, como em “ya sé que la vida es prestada consciente que no somos eternos” (“já sei que a vida é emprestada, consciente de que não somos eternos”), mas o protagonista segue determinado e pronto para o confronto, refletindo a complexa relação entre cultura popular e violência no México.