El Chiricuazo V2

Violência e identidade em “El Chiricuazo V2” de El Makabelico

"El Chiricuazo V2", de El Makabelico (El Comando Exclusivo), retrata de forma direta e sem romantização a realidade violenta do narcotráfico na fronteira norte do México. A música transforma experiências pessoais do artista, como ferimentos e prisões, em versos que evidenciam sua resiliência diante das adversidades. O trecho “Ya me quité el yeso / Donde me prendieron, pero ya fue historia eso” mostra que ele superou situações difíceis, reforçando a ideia de sobrevivência em um ambiente hostil.

A letra utiliza códigos e símbolos típicos do universo narco, como armas pesadas (“Barret Barret”), veículos blindados (“blindadas caras, laminadas malas”) e apelidos de comandantes, o que reforça a autenticidade do relato. Expressões como “cero, cero, cero, seis, seis, seis la marca” indicam uma identificação com o lado marginal da vida, enquanto frases como “de morir no tengo miedo” e “yo mismo me di por muerto” revelam uma postura desafiadora diante da morte. O contexto externo mostra que El Makabelico foi acusado de envolvimento com o Cartel del Noreste, o que dá ainda mais peso às referências presentes na música. Além disso, temas como lealdade ao grupo e ostentação de poder (“exclusiva es mi frontera y está cabrón que la comparta”) reforçam a música como um manifesto de identidade e resistência. O tom agressivo e urbano da letra, aliado ao contexto real de violência, faz de "El Chiricuazo V2" um retrato fiel e polêmico da vida na fronteira mexicana, onde arte e realidade se misturam.