El Max V3

Lealdade e ostentação no universo de “El Max V3”

A música “El Max V3”, de El Makabelico (El Comando Exclusivo), retrata de forma direta o cotidiano de quem vive no crime organizado, especialmente no narcotráfico. A letra vai além da simples exaltação da violência e do poder, mostrando a importância da lealdade e da sobrevivência nesse ambiente. Isso aparece em versos como “Tengo a mi gente y por ellos meto las manos” (“Tenho meu pessoal e por eles coloco as mãos no fogo”) e “Aquí traigo a mi cuadrilla y de varios soy el patrón” (“Aqui estou com minha equipe e de vários sou o chefe”), que destacam a hierarquia e o senso de pertencimento do grupo.

A canção faz referência direta ao contexto real do artista, que foi sancionado pelo governo dos EUA por suposto envolvimento com o Cartel del Noreste. Expressões como “Armas largas y cortas, una Glock que se le sale el peine de treinta” (“Armas longas e curtas, uma Glock com pente de trinta tiros”) e “Mi vida es peligrosa de aquí hasta Nueva York anda pegando la merca” (“Minha vida é perigosa, de aqui até Nova York a mercadoria está circulando”) reforçam a ligação com o tráfico internacional e o risco constante. O tom de ostentação e desafio aparece em “Tengo el yipi, las motos y los racer al vergazo” (“Tenho o jipe, as motos e os racers prontos para a ação”) e “De 10 a 15 carros ni sospechan la Plebada que yo cambio de patrulla cada dia de la semana” (“De 10 a 15 carros, ninguém desconfia que troco de veículo todo dia da semana”), mostrando tanto o poder aquisitivo quanto a necessidade de adaptação e fuga. Por fim, a menção a “San Juditas” (São Judas Tadeu) revela a busca por proteção espiritual, humanizando o personagem e mostrando a complexidade desse universo, onde fé, violência e lealdade se misturam.