Funeralopolis

Desespero e crítica social em “Funeralopolis” do Electric Wizard

Em “Funeralopolis”, do Electric Wizard, a letra apresenta uma visão extrema de desesperança e morte, já evidente nas imagens de um “planeta funerário” e no verso “mausoléu, este mundo é um túmulo”. A música critica de forma direta a alienação e o vazio existencial da sociedade moderna, usando expressões como “human zombies” (“zumbis humanos”) e “staring blank faces” (“rostos olhando vazios”) para retratar pessoas apáticas, sem propósito ou emoção. Essa atmosfera sombria é reforçada por referências à experiência do vocalista Jus Oborn em matadouros, refletida em versos como “flesh press factories” (“fábricas que prensam carne”) e “corporate maggots feed on the carrion” (“vermes corporativos se alimentam da carniça”). Essas metáforas denunciam a exploração e a desumanização causadas pelo capitalismo, onde vidas humanas são tratadas como matéria-prima para o lucro de poucos, como em “sacrificed for the glory of one” (“sacrificados para a glória de um só”).

A repetição de “nuclear warheads ready to strike / this world is so fucked, let's end it tonight” (“ogivas nucleares prontas para atacar / este mundo está tão ferrado, vamos acabar com ele esta noite”) expressa não só o desejo de destruição total diante da apatia e opressão, mas também critica a indiferença coletiva diante do colapso iminente. O tom direto e brutal da letra, junto com a sonoridade pesada, cria um cenário apocalíptico em que o fim parece ser a única saída. “Funeralopolis” mistura experiências pessoais, crítica social e imagens de morte para denunciar a falência moral e existencial do mundo contemporâneo.