
Ladeira da Preguiça
Elis Regina
Memória e ironia social em "Ladeira da Preguiça" de Elis Regina
"Ladeira da Preguiça", interpretada por Elis Regina, utiliza uma linguagem leve e coloquial para abordar questões sociais profundas. O título e o refrão fazem referência à famosa ladeira de Salvador, local historicamente associado à exploração de pessoas escravizadas. Ao repetir “Essa ladeira, que ladeira é essa? Essa é a ladeira da preguiça”, a música ironiza o estigma de preguiça atribuído injustamente aos escravizados, transformando-o em símbolo de resistência e memória coletiva.
Composta por Gilberto Gil durante seu exílio, a canção mistura saudade da Bahia e da família com um humor autodepreciativo, como no verso “Preguiça que eu tive sempre de escrever para a família”. Essa confissão revela o impacto do distanciamento físico e emocional provocado pelo exílio. As citações a lugares como Ilha do Frade, Ilha de Maré e Salina das Margaridas reforçam o vínculo afetivo com a cultura baiana, enquanto a menção a Formentera, na Espanha, destaca o contraste entre o exílio europeu e as raízes brasileiras. O verso “Ela é de hoje, ela é desde quando se amarrava cachorro com linguiça” ironiza a persistência de estigmas e tradições absurdas ao longo do tempo.
A interpretação de Elis Regina, especialmente no trecho final em que sua voz aparece sem acompanhamento, intensifica o tom confessional e nostálgico da música. Assim, "Ladeira da Preguiça" se destaca como um retrato sensível da relação entre história coletiva e experiência pessoal.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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