Vou Deitar e Rolar (Quaquaraquaqua)

Irreverência e autoconfiança em "Vou Deitar e Rolar (Quaquaraquaqua)"

"Vou Deitar e Rolar (Quaquaraquaquá)", interpretada por Elis Regina, é marcada por uma ironia afiada e um tom de deboche, já evidentes no refrão com a onomatopeia “Quaquaraquaquá”. Essa risada escancarada simboliza a escolha de rir das decepções em vez de se abater, especialmente após um término. O contexto da separação entre Elis Regina e Ronaldo Bôscoli, que inspirou a música, aparece nos versos “Quem levantou pra sair / Perde o lugar” e “Você já entrou na de voltar / Agora fica na tua”, que expressam autossuficiência e a recusa em aceitar de volta quem partiu.

A letra faz uso de ditados populares, como “Quem cai na chuva / Só tem que se molhar” e “O vento que venta aqui / É o mesmo que venta lá”, para reforçar a ideia de que cada um deve lidar com as consequências de suas escolhas. O trecho “Todo mundo se admira da mancada / Que a Terezinha deu” amplia o tom de deboche, mostrando que qualquer um pode errar e sofrer as voltas da vida. O verso “Mas que malandro sou eu / Pra ficar dando colher de chá / Se eu não tiver colher? / Vou deitar e rolar” resume o espírito da canção: leveza, irreverência e a decisão de seguir em frente sem se prender ao passado. A risada espontânea de Elis na gravação reforça esse clima descontraído, transformando a música em um símbolo de autoconfiança e bom humor diante das reviravoltas amorosas.