Calcanhar de Aquiles
Elis Regina
Pra quê que eu fui lembrar dos zóio dele?
Jabuticaba madura
Coração, cabeça-dura
Teima, bate até que fura
Desconjura e negaceia
Feito lobo em lua cheia
Na cadeia desse olhar
Que arrepia, esfria e me dá
Taquicardia, falta de ar
É o coração que desce pro calcanhar de Aquiles
Doce suplício do amor
Faquires tiram partido da dor
Que bate, come e repinica
Feito fome de lombriga
Na barriga da miséria
Coração, cabeça véia
Me virando do avesso
Inventei qualquer pretexto
Fui pedir pr'ele voltar
Cheguei no prédio, errei de andar
No elevador, um gordo me dá
Um pisão no calo que me enxotou de lá
Mancano
Sei que esse amor vai ficar sangrano
No peito e no calcanhar de Aquiles
Doce suplício do amor
Faquires tiram partido da dor
Que dá lembrar dos zóio dele
Jabuticaba madura
Coração, cabeça-dura
Teima, bate até que fura
Desconjura e negaceia
Feito lobo em lua cheia
Na cadeia desse olhar
Que arrepia, esfria e me dá
Taquicardia, falta de ar
É o coração que desce pro calcanhar de Aquiles
Doce suplício do amor
Faquires tiram partido da dor
Que bate, come e repinica
Feito fome de lombriga
Na barriga da miséria
Coração, cabeça véia
Me virando do avesso
Inventei qualquer pretexto
Fui pedir pr'ele voltar
Cheguei no prédio, errei de andar
No elevador, um gordo me dá
Um pisão no calo que me enxotou de lá
Mancano
Sei que esse amor vai ficar sangrano
No peito e no calcanhar de Aquiles
Doce suplício do amor
Faquires tiram partido da dor
Que dá lembrar dos zóio dele
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