Ferro Gaita, Pt. 1 (part. Loreta Kba, Mark Delman, Vado Más Ki Ás, Lalas 49, Helio Batalha, Trakinuz, Boy Game e PCC)

A Força e a Identidade do Rap Crioulo em 'Ferro Gaita, Pt. 1'

A música 'Ferro Gaita, Pt. 1' de Elji Beatzkilla, com a participação de diversos artistas, é uma celebração da identidade crioula e da força do rap cabo-verdiano. A letra é rica em referências culturais e sociais, destacando a resiliência e a luta dos artistas para conquistar seu espaço. A repetição da frase 'É si própi ki N ta krê, é si própi ki N ta gosta' reforça a ideia de autenticidade e autoafirmação, mostrando que os artistas estão determinados a seguir seus próprios caminhos e gostos, independentemente das adversidades.

A música também aborda a questão da luta diária e da perseverança. Versos como 'N ta movê na silénsiu, nha trabóie ta falá p'el mesme' e 'N perdê txeu koza, ma N ka ta perdê tenpe' mostram a dedicação e o trabalho árduo dos artistas, que preferem deixar que suas ações falem por si mesmas. A referência a locais como Copacabana e Lisboa, bem como a menção de diferentes estilos musicais, como funaná e hip-hop, evidenciam a mistura de influências culturais e a universalidade da música crioula.

Além disso, a música destaca a importância da união e da comunidade. A colaboração entre vários artistas e a menção de diferentes regiões de Cabo Verde, como Barlavento e Sotavento, mostram a força do movimento rap crioulo quando todos se juntam. A letra também faz referência à história e à tradição, como em 'Rispeta nha stória, rispeta nha nómi', enfatizando a importância de honrar as raízes e a cultura. 'Ferro Gaita, Pt. 1' é, portanto, uma poderosa declaração de identidade, resiliência e união, celebrando a rica herança cultural de Cabo Verde através do rap.