Campo Branco

Esperança e resiliência no sertão em “Campo Branco”

A música “Campo Branco”, de Elomar Figueira Melo, retrata a esperança do sertanejo diante da seca, usando sinais da natureza como símbolos de renovação. Elementos como o florescer da “sete casca aruêra” e o rodar da “tatarena” são citados na letra como indicadores da chegada da chuva, evento aguardado com ansiedade e fé. O verso “Quando a amada a esperada trovoada chegá” expressa o sentimento coletivo de expectativa, mostrando que a chuva representa não só um fenômeno climático, mas também a possibilidade de recomeço e até de resgatar amores perdidos pela seca.

A canção expõe a dureza do cotidiano sertanejo, marcada pela escassez e sofrimento, como em “Campo branco minhas penas que pena secou / Todo o bem qui nóis tinha era a chuva era o amor”. Elomar associa a falta de chuva à perda de tudo que é valioso, inclusive o amor, mostrando como a seca afeta tanto a terra quanto as relações humanas. Apesar das dificuldades, a música mantém um tom sereno e esperançoso, especialmente na súplica “Peço a Deus a meu Deus grande Deus de Abrãao / Prá arrancar as pena do meu coração”, onde a fé surge como fonte de força para suportar a adversidade.

A linguagem regional, cheia de expressões típicas, reforça a autenticidade da experiência sertaneja e aproxima o ouvinte dessa realidade. Imagens como “os rebanhos esperam a trovoada chover” e “minh'alma vai florescer” ampliam o significado da chuva, transformando-a em metáfora para a esperança de dias melhores. “Campo Branco” se destaca como um retrato fiel do sertão e uma celebração da resiliência e da fé de seu povo.