Bennie And The Jets

Crítica à indústria musical em “Bennie And The Jets”

“Bennie And The Jets”, de Elton John, vai além de uma simples celebração de uma banda excêntrica. A música faz uma sátira à indústria musical dos anos 1970, destacando o exagero, a superficialidade e o culto à imagem. A personagem Bennie é apresentada como uma figura andrógina e estilosa, inspirada nas fotos de Helmut Newton, o que reforça a estética glam rock e a ideia de que, naquele cenário, o visual e a atitude eram tão importantes quanto a música. Quando Elton John canta “electric boots” e “a mohair suit” (“botas elétricas” e “um terno de mohair”), ele ironiza a obsessão com tendências e aparências, algo amplamente promovido pela mídia da época: “You know I read it in a magazine” (“Você sabe, eu li isso em uma revista”).

A letra também brinca com a ideia de juventude rebelde e alienada, sugerindo que Bennie e sua banda representam uma fuga ou resistência ao mundo adulto e às convenções sociais. Trechos como “We shall survive, let us take ourselves along / Where we fight our parents out in the streets” (“Nós vamos sobreviver, vamos seguir em frente / Onde brigamos com nossos pais nas ruas”) apontam para o espírito contestador da juventude, mas de forma quase caricatural, como se tudo fosse parte de um grande espetáculo. O uso de efeitos de plateia na gravação, mesmo sendo uma faixa de estúdio, reforça essa atmosfera teatral e artificial, alinhando-se à crítica à indústria do entretenimento. Assim, “Bennie And The Jets” mistura admiração e ironia, mostrando como o brilho e a excentricidade podem tanto fascinar quanto alienar, o que explica seu sucesso duradouro e influência em diferentes gerações.