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Num pileque qualquer
Você chega em casa
Não me beija e nem vê
Que eu preciso de amor pra viver
E se deita na cama
Com aquela cachaça
Que adormece o demônio
Que o teu corpo embriaga
E devora o homem-criança
Que aos poucos se acaba
E eu me dispo ao seu lado
Eu fico pelada
Penalizada, fissurada
Tão precisada te olho
Me roço e me roço na cama
É claro
Pra saciar me desejo
Eu te beijo
E me acabo sozinha
Me chego um tiquinho
Te dou outro beijinho
Me viro pro lado
E consigo dormir
E no dia seguinte
Você me chega de novo
Embriagado
Fedendo a cachaça
Se deita ao meu lado
Me morde, me beija
Me deixa molinha
E depois me pergunta
Seu eu quero fazer
Eu respondo o quê?
Então você grita
Fazer o meu prato
Que eu tô no rango
E preciso comer

Eta cachaça!
Eta cachaça danada
Que acabou com o homem
Que me dava prazer
Foi essa mesma cachaça
Que me botou na vida
Se você quer saber.

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