Quem Tem Pressa, Não Se Interessa

Crítica à superficialidade em "Quem Tem Pressa, Não Se Interessa"

Em "Quem Tem Pressa, Não Se Interessa", Engenheiros do Hawaii utiliza um arranjo minimalista, com baixo e bateria, para reforçar a crítica à superficialidade e ao excesso de ruído da sociedade atual. A letra destaca como a pressa impede a compreensão profunda das questões, especialmente no consumo de informações. Isso aparece em versos como “as vozes oficiais dizem: 'quem sabe...', dizem: 'talvez...'” e “enquanto os vídeos e as revistas mostram imagens sem nitidez”, que apontam para a falta de clareza e comprometimento tanto de quem informa quanto de quem recebe a informação.

A música também faz referência ao livro "As Veias Abertas da América Latina", de Eduardo Galeano, no trecho “nas veias abertas da América, menina, um mar vermelho de sangue leva navios piratas”. Essa citação amplia a crítica para questões históricas e políticas, denunciando a exploração e a violência no continente. O verso “eles têm razão, mas a razão é só que eles têm” ironiza a autoridade de quem detém o poder, sugerindo que a razão, nesse contexto, é vazia. Além disso, a letra critica a mistura de interesses econômicos e políticos no cotidiano, como em “há muita grana atrás de uma canção” e “ternos e gravatas secando cataratas e lavando as mãos”, apontando para a hipocrisia e a corrupção. O refrão “quem tem pressa não se interessa” resume a mensagem central: a busca por respostas rápidas impede o entendimento real dos problemas, tanto pessoais quanto sociais e políticos.