Cien años

Cem anos

Cien años

(recitado)(recitado)
Tronco envelhecido,Tronco añoso,
sua casca mostra altiva,tu corteza muestra altiva,
como feridas ferozes,como fieras cicatrices,
os cortes de cem marcas,los grabados de cien tajos,
de iniciais e de corações duplos,de iniciales y de dobles corazones,
que sangrando levavamque sangrando los llevaban
as pombas em seus bicos.las palomas en sus picos.

Velho ombú que está sonhandoViejo ombú que estás soñando
como um avô esquecido,como un abuelo olvidado,
todo um glorioso passado,todo un glorioso pasado,
será que você está lembrandoacaso estas recordando
com suas raízes se contorcendocon tus raíces viboreando
e sua copa já vencida,y tu copa está vencida,
você é como um resto de vidasos como un resto de vida
que está esperando a morte.que a la muerte esta esperando.

Sob sua sombra descansaramBajo tu sombra sestearon
os peões perseguidos,los matreros perseguidos,
e os pássaros seus ninhosy los pájaros sus nidos
em seus galhos penduraram.en tus ramasje colgaron.
Junto a você se desafiaramJunto a vos se desafiaron
Santos Vega e Juan Sem Roupa,Santos Vega y Juan Sin Ropa,
e no mais alto da sua copay en lo mas alto 'e tu copa
as estrelas se enredaram.las estrellas se enredaron.

(recitado)(recitado)
Quantas vezes o terrívelCuántas veces el terrible
ventania do Pamperopulmonazo del Pampero
te atingiu pra derrubar os ninhos,te arreció pa' voltearte los nidales,
de onde o pássaro deu o beijo,donde el ave puso el beso,
deixou o laço de seus amorespuso el pial de sus amores
e seus cantos de sol.y sus cánticos de sol.

Ombú que foi floridoOmbú que fuiste florido
como o beiral de um rancho,como el alero de un rancho,
hoje te saúda o caranchohoy te saluda el carancho
com um grito fúnebre.con un fúnebre chillido.
Por seu esqueleto geladoPor tu esqueleto aterido
o vento passa chorando,el viento pasa llorando,
cem anos você vai aguentando,cien años vas aguantando,
meu velho ombú carcomido.mi viejo ombú carcomido.